quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

UFPA terá Mestrado Profissional em Recursos Hídricos

UFPA


A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) aprovou a criação do Mestrado Profissional em Recursos Hídricos da Universidade Federal do Pará, o qual será instalado no Instituto de Geociências, no qual já funcionam três programas de pós-graduação stricto sensu e um programa de pós-graduação lato sensu. Esse novo programa, em fase de estruturação e, em brev,e será apresentado para aprovação do Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) da UFPA, tem previsão de iniciar atividades acadêmicas a partir de agosto de 2014.
Projetos, incentivos e parcerias - Este é o primeiro programa estruturado, especificamente, para tratar a temática dos recursos hídricos na Amazônia, tendo sido a sua criação estimulada pelo Banco Mundial e pela Agência Nacional de Águas (ANA). “O fato de nós não possuirmos, até então, na região, nenhum programa de formação de recursos humanos e de desenvolvimento de pesquisas e serviços técnicos nessa área dificultava a contratação de projetos de pesquisa de longo prazo e a transferência de incentivos financeiros e o estabelecimento de parcerias, justamente pela inexistência desses vínculos institucionais”, esclarece o professor da Pós-Graduação em Geologia, Francisco de Assis Matos Abreu, indicado para ser o coordenador do programa.
Essas parcerias, que já vinham sendo buscadas no Brasil e no exterior, poderão ser, agora, viabilizadas em um processo dinâmico que visa agregar ao programa a participação de instituições acadêmicas e não acadêmicas, com vistas a desenvolver projetos que tenham uma maior interação com o setor produtivo e de serviços.
Linhas de pesquisa – Duas linhas iniciais de pesquisa sustentarão as ações acadêmicas , de pesquisa e serviços, nesse novo programa: a Hidrogeologia Clássica, em que pontuam, de forma destacada, os geólogos; e a linha de pesquisa em Planejamento, Gestão e Manejo de Bacias Hidrográficas, aberta à participação de engenheiros, economistas, sociólogos, entre outros, no entendimento de que o tema recursos hídricos contempla um tratamento holístico.
Portfolio - O professor Francisco Abreu explica que o portfolio de Projetos de Pesquisa, em concepções bastante avançadas, incluem: os estudos sobre o Sistema Aquífero Grande Amazônia, um enorme potencial de mais de 160.000 km³ de águas subterrâneas, que representam cerca de 84% das águas amazônicas, complementadas por 8% de águas superficiais e 8% de águas meteóricas; as interações entre água e floresta, cuja dinâmica promove a transferência de cerca de 8 quatrilhões de litros d’ água, por ano, para a região meridional da América do Sul - água que sustenta o PIB agropecuário do Brasil (que, hoje, é de mais de 350 bilhões de dólares) e cerca de 70% do enchimento dos reservatórios das hidrelétricas do sul e sudeste do Brasil; as questões de abastecimento de água para uma população do nordeste paraense, atualmente, cerca de 3,7 milhões de pessoas, das quais, cerca de 75% estão em aglomerados urbanos.
Importância – De acordo com o pesquisador, para se avaliar a importância dessas pesquisas em uma Amazônia onde a água é sempre tratada como um bem abundante, pode-se tomar como exemplo a cidade de Belém. “A região metropolitana tem 2,5 milhões de habitantes, existem cerca de 30 mil poços particulares nessa área, nos quais, a média de contaminação é de 80%”, diz ele. “Isto significa que 600 a 700 mil habitantes de Belém estão em risco, consumindo água de baixa qualidade, apontam estudos realizados pela Pós-Graduação em Geologia da UFPA, mostrando que este é apenas um dos diversos motivos pelo qual a questão dos recursos hídricos precisa do devido reconhecimento.”
O curso não é somente uma vitrine de pesquisas, mas também de divulgação das questões da água, não vista só como efeito contemplativo, mas como motor dinâmico da economia, explica Francisco Abreu, e daí decorre a sua importância maior para a região.
Escolha pelo Mestrado Profissional- “Estamos tentando, há alguns anos, chamar a atenção para a importância desse bem – as águas amazônicas, o qual só recentemente começa a merecer a atenção das autoridades competentes, seja na UFPA, seja além dos muros acadêmicos. Escolher o Mestrado Profissional é intencional, na medida em que se busca disponibilizar alternativas de formação para um segmento de profissionais, que, via de regra, não são contemplados nos programas de cunho acadêmico, com pouca preocupação com as questões do ambiente empresarial, dos serviços e das consultorias técnicas. “Quem está no mercado não possui a oportunidade de fazer um programa regular”, completa Francisco Abreu. “O novo curso tenta buscar a discussão de temáticas que são próprias do mundo profissional, trazendo uma flexibilidade maior de produção de conhecimento não, necessariamente, acadêmico”.
Nos programas de especializações do Instituto de Geociências, os quais funcionam há pelo menos duas décadas, o tema Recursos Hídricos e Meio Ambiente já vem sendo tratado com frequência, mas, agora, ele ganha uma importância maior, ao ser elevado ao nível da pós-graduação stricto sensu, em seu primeiro patamar, o  Mestrado Profissional.
Texto: Yuri Coelho – Assessoria de Comunicação da UFPA
Fotos: Alexandre Moraes, Karol Kaled e Laís Teixeira
Fonte UFPA

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